Piloto morre em queda de helicóptero durante combate a incêndio florestal em Castro Daire
20 de agosto de 2017 3min de leitura
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Portugal – O piloto português, Américo Sousa de 51 anos, do helicóptero (AS350B2) da empresa Everjet que combatia um incêndio florestal em Cabril, no município de Castro Daire, Viseu, morreu neste domingo (20) num acidente com a sua aeronave. O acidente aconteceu às 12h25.
Este é o segundo acidente com helicópteros da empresa Everjets que acontece no Verão deste ano. Em 16 de Julho, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, caiu uma outra aeronave da empresa. Neste caso não houve vítimas.
Segundo informações preliminares do Ministério da Administração Interna (MAI), o helicóptero colidiu com fios de alta tensão e caiu. O aparelho incendiou-se logo em seguida, sendo que o piloto ficou preso na cabine do helicóptero. A aeronave estava sediada no Centro de Meios Aéreos de Armamar, Viseu. O aparelho tem matrícula da Estônia (OE-XTM), com o indicativo H35.
A empresa Everjets confirmou em comunicado a queda do helicóptero modelo Esquilo afirmando que o piloto tinha grande experiência. “Só após uma investigação será possível determinar com exatidão as causas e circunstâncias do acidente, mas é crível, pelo que se sabe, que o helicóptero tenha colidido em cabos de alta tensão, caiu, incendiando-se de imediato”.
A empresa diz ainda que Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), responsável pelo helicópteros de combate aos fogos, “apoia a Everjets neste momento dramático e a acompanha os seus pilotos, tendo já disponibilizado apoio psicológico à família do piloto”
Américo Sousa pilotava a aeronave
Américo Sousa era um piloto experiente. Há vários anos que pilotava helicópteros em várias missões, mas especialmente de socorro e combate a incêndios. Antes de combater os incêndios com os esquilos da Everjets, Américo Sousa já tinha pilotado os helicópteros pesados Kamov da Empresa de Meios Aéreos em missões de salvamento entre 2009 e 2103.
O piloto tinha ainda experiência de operações no estrangeiro. Operou na Espanha e também para companhias petrolíferas instaladas no conturbado Sudão, na África. Apaixonado por voar era também um exímio praticante de parapente tendo até participado nos mundiais da modalidade.
Investigação do acidente
O conselho de administração da Everjets decidiu instaurar uma investigação para apurar as circunstâncias do acidente e garante a substituição do aparelho ora acidentado no dispositivo em alerta. Também foi notificada as autoridades competentes na investigação de acidentes com aeronaves (Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários – GPIAAF).
O helicóptero modelo Esquilo é um monomotor concebido para executar missões em condições climáticas e geográficas extremas, especialmente no combate a incêndios, em verificação de linhas elétricas e salvamentos. Tem capacidade para um piloto e cinco passageiros. Tem 12,94 metros de comprimento e 3,76 metros de altura. A velocidade máxima é de 287 km/h.
Rui Esteves, comandante nacional ANPC, revelou que aeronave descolou às 11h52 com chegada ao local das operações às 12h11. Efetuou dois lançamentos de água e às 12h25 ocorreu o acidente. “O aparelho cujo único ocupante era o piloto incendiou-se ao cair no solo e provocou a morte do piloto. O óbito foi verificado no local pela autoridade de saúde.”
O comandante da ANPC disse ainda que se tratava de “um piloto experiente”, que “integrava o dispositivo desde 2013”. “A Proteção Civil despachou para o local do acidente todos os meios de socorro necessários: helicóptero INEM, ambulância de suporte a vida e um helicóptero de desencarceramento.”
Além dos meios de socorro, foram acionados pela ANPC “equipes diferenciadas de apoio psicossocial do INEM e da Proteção Civil”. “A Proteção Civil lamenta o sucedido e apresenta as mais sentidas condolências à família e aos amigos do piloto.”
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa lamentou profundamente o falecimento de piloto do helicóptero caído em Cabril, “uma nova vítima destes terríveis incêndios que têm martirizado o nosso país”, conforme nota publicada no site da Presidência da República. O Chefe de Estado apresenta “as mais sentidas condolências à família enlutada”, declara o Palácio de Belém.
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